Milano, c. 1509

Deixando para trás, em Florença, a inacabada Batalha de Anghiari, Leonardo regressa a Milão, agora ao serviço dos franceses. Reduz a sua actividade artística, concentrada na lenta prossecução de algumas obras importantes que, em última análise, nunca chegariam a ser entregues aos encomendadores (Sant’Anna, Mona Lisa, San Giovanni) e na criação de novas ideias compositivas que viriam a ser adoptadas pelos seus pupilos. Dedica cada vez mais atenção à pesquisa científica (dissecções anatómicas, o voo das aves, o estudo da água, as ciências da terra, a geometria, etc.) e à actividade de escrita. A sua biblioteca continua em expansão. Os papéis e os manuscritos transformaram-se num labirinto de milhares de páginas de que o próprio mestre já não tem controlo. Decide, pois, concentrar-se na reordenação desses registos e na composição de livros, escrevendo e re-escrevendo centenas de textos (no Codex Leicester, por exemplo). Francesco Melzi, um jovem pupilo milanês com uma sólida formação humanística, começa a ajudar Leonardo nessa complexa tarefa.

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